segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Homenagem: Nossa gratidão ao Homem do Campo



Ao provedor do pão na mesa.
À invencibilidade de quem atravessa chão seco e molhado. De quem não apenas joga semente, mas aposta no fruto.
À dureza de quem tem o coração mole e cede o lugar na mesa para dá de comer os que têm fome.
À força da mão na enxada. Do suor na testa. Da verdade nos olhos. E dos calos nas mãos.
À fé de quem reza por chuva, mas agradece até mesmo o chão rachado pela estiagem. Por que espera em Deus, dias melhores. Porque pela Providência divina espera a providência dos homens.
À esperança de quem acha que não sabe, mas planta e colhe como ninguém. E guarda um tantinho de sabedoria pra ensinar aos meninos desde cedo.
À experiência de quem passa dias à fio, madrugando pelos campos, cochilando nas oiticicas, desatando o nó da marmita, enrolada num pano de prato, e marchando debaixo do sol quente, pra chegar em casa e tomar um café mais quente ainda.
À simplicidade de quem fala baixo pra não gaguejar, e a segurança de quem fala alto sem medo de errar.
À perspicácia de quem pisa firme, porque sabe o chão que pisa.
À vontade invencível de olhar os campos sempre verdes, de cortar a terra no tempo certo, de receber as sementes e cobri-las com terra boa, de ganhar incentivos na colheita, e de ser visto com orgulho.
E talvez por tanto mérito, estejamos aqui para homenageá-lo. Não apenas para render-lhes graças neste dia, mas para assumirmos o compromisso de estar presente. De ser elo. De tornar-se sensível, tal como, para sermos gratos pelo cultivo da terra e pelo cultivo das boas relações entre governo e trabalhadores. Porque um não há sem o outro.
Nossa gratidão à força que sustenta os pés na terra, pela agricultura que sustenta o país, e a nossa cidade.


Texto escrito pela jornalista Ivanúcia Lopes, apresentado na sessão especial do dia 07 de agosto.